Membros da Frente Parlamentar se reuniram na Assembleia Legislativa ontem (4) (Foto Divulgação)
Para discutir
propostas que fortaleçam a atuação das guardas civis, a Frente
Parlamentar em Defesa das Guardas Municipais do Estado de São Paulo,
presidida pelo deputado Chico Sardelli (PV), realizou reunião ontem (4),
com a presença de diversos representantes da categoria.
Segundo
Sardelli, as guardas municipais existem em cerca de 350 cidades
paulistas, somando um efetivo de 40 mil homens e mulheres. "Hoje não se
faz mais segurança pública sem o trabalho das guardas municipais. E no
entanto a regulamentação de suas atribuições ainda não foi votada em
Brasília", disse o parlamentar.
Ele se referia à
Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 534, que dá poder de polícia às
guardas municipais e que há muitos anos está pronta para ser votada no
Congresso Nacional. Sardelli lembrou que em seus dois mandatos como
deputado federal (de 1998 a 2006) atuou pela aprovação da PEC. "Percebi
que em alguns Estados do Norte e Nordeste havia o receio de que as
guardas se tornassem pretorianas, porque, subordinadas ao prefeito,
agiriam mais em defesa dele do que dos cidadãos", revelou Sardelli.
O parlamentar
se propõe a trabalhar pela aprovação de uma legislação semelhante à PEC
no Estado de São Paulo, além de medidas como a isenção de pedágio para
as viaturas das guardas municipais e o porte de arma
integral."Atualmente, o guarda municipal é obrigado a deixar a arma na
instituição quando encerra seu turno. Isso cria um problema de segurança
pessoal", alertou o deputado.
Segurança comunitária
Também presente
à reunião da frente, o presidente da Comissão de Guardas Municipais e
Defesa Civil da Ordem dos Advogados do Brasil/Seção São Paulo (OAB/SP),
Eduardo César Leite, observou que o futuro da segurança pública está na
guarda civil. "É uma tendência mundial falar em segurança urbana e
comunitária. E quem faz isso hoje no Brasil, apesar de não ter
atribuição legal para tanto, é a guarda civil", ele avaliou.
Para Leite, as
questões de segurança pública não podem receber um tratamento de ordem
macro. Para obter-se eficácia nessa área, a polícia precisa ser
comunitária e estar próxima do morador. Ele divulgou ainda entre os
presentes a realização, de 5 a 7/8 próximo, do 1º Fórum Mundial sobre o
Crime, a Segurança e as Metas da ONU para o Novo Milênio, que ocorrerá
em São Paulo.
O presidente do
Centro de Estudos de Segurança Pública e Direitos Humanos, João
Alexandre, concorda que "a anomia jurídica de hoje dá um perfil disforme
às guardas municipais". Ele ressaltou que mudanças nessa situação
passam pela discussão do processo legislativo.
Para ele, uma
das demandas que a frente parlamentar deve canalizar refere-se às
condições dos trabalhadores. "Sem regime jurídico, estatutário, e sem
uma estrutura mínima de trabalho, os guardas municipais ficam à mercê de
uma política de segurança amadora praticada em alguns municípios",
completou Alexandre.
Proposituras
Entre as
propostas que devem ser discutidas pela frente parlamentar encontram-se
várias medidas apresentadas pelo deputado Chico Sardelli. O Projeto de
Lei Complementar 72/2007 altera a Lei Complementar 974/2005, inserindo
na estrutura dos Conselhos de Segurança (Conseg) integrantes das guardas
civis municipais, na condição de membros natos. O projeto está pronto
para ser votado em plenário.
Os projetos de
lei 1.322 e 1.337, ambos de 2007, propõem, respectivamente, acesso das
cidades com guardas municipais ao Sistema de Informação Criminal
(Infocrim) e a destinação de 5% dos imóveis comercializados pelo governo
do Estado a categorias de trabalhadores de segurança pública, incluindo
guardas civis metropolitanos e guardas civis.
Já os PLs 765 e
769, de 2012, buscam, respectivamente, a meia entrada em diversos tipos
de manifestações culturais para os guardas municipais e a proibição do
uso de uniforme de cor azul-marinho por prestadoras de serviços de
segurança e/ou vigilância patrimonial.
Também
participou do encontro o deputado Sebastião Santos (PRB). Ele propôs a
realização de uma reunião da frente parlamentar em São José do Rio
Preto, onde a guarda civil cuida do patrimônio municipal e atua
desarmada.
Fonte: Divulgação/Alesp
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